Os "quinze minutos à Belenenses" reflectem a atitude dos atletas nas competições de Futebol em tempos idos.
São diversas as descrições de reviravoltas em resultados desfavoráveis conseguidos nos "quinze minutos finais", situações em que era imperioso a obtenção da vitória.
São ainda vivos muitos adeptos que se lembram do célebre apito que três vezes tocava
anunciando para dentro do campo que a equipa tinha 15 minutos para dar a volta ao resultado ou o garantir, ou reforçar o mesmo caso fosse favorável.
Esta tradição perdeu-se ao longo dos tempos. Até que ponto a evolução dos sistemas de jogo pode ter contribuído para esse facto não sabemos.
De que forma o retomar desta tradição pode reforçar a “Mística Belenense” em todas as modalidades profissionais e não profissionais é uma boa questão.
A narrativa que se encontra no livro "Camisola Azul e Cruz ao Peito" (pág. 454) de adepto desconhecido, ilustra o nascimento desta tradição:
"O "quarto de hora": Todos os belenenses da “velha guarda” - já nos vamos considerando assim, apesar dos trinta anos ... - sabem o que foi o “quarto de hora”. A equipa podia estar a perder por três ou quatro tentos que o adversário por muito forte que fosse, não se considerava seguro enquanto não soava o apito final.
E quantas derrotas todas quase como certas se transformaram em magníficas vitórias no
espaço de minutos!
Uma das vitórias, lembramo-nos bem, foi com o Benfica. Jogava-se para o torneio Lisboeta, nas Amoreiras e ao quarto de hora final os rapazes de Belém perdiam por 4-2 afigurando-se que o assunto estava arrumado. Mas a reviravolta operou-se num ápice e no final havia 5-4 a favor do Belenenses. O entusiasmo de toda a gente de Belém que presenciava o jogo bem como o assombro e o espanto dos benfiquistas não se descrevem.
Daí por diante, “o quarto de hora belenenses” passou a ser temido e é pena –sem
desprimor para os jogadores actuais - que já o não seja."
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