O ecletismo do Belenenses é sem dúvida uma das características definidoras da identidade do nosso clube. Seria fácil resumir a nossa dimensão à modalidade do futebol, o que, num país onde a cultura desportiva não é acentuada, seria aliás visto como natural. Mas o que distingue a instituição Belenenses são os vastos campos onde a camisola azul e cruz ao peito são sinónimos de conquistas, títulos e glórias.
As páginas que abaixo apresentamos são do Relatório das Comissões Técnicas de 1926/27, época de especial significado para os belenenses, ou não fosse a primeira vez que nos sagrámos campeões de Portugal – um dado que a Comissão de Futebol, obviamente, não deixou passar em claro. Contudo, a partilha destas páginas é feita para que possamos ver o grande trabalho que o clube desenvolvia noutras modalidades – e importa não esquecer que à altura se tratava de um clube com menos de 10 anos de vida. Poderíamos destacar as boas performances no atletismo, ou a humilde participação na Volta a Portugal na secção de ciclismo, mas parece-nos pertinente enfatizar um dos apontamentos da Comissão de Natação.
Recomendava esta Comissão uma aposta nos apoios à modalidade e na construção de locais para o desenvolvimento da prática da natação. A justificação? “Não pode o nosso clube continuar a ele [o desenvolvimento da modalidade] alheio.” O ecletismo do Belenenses sempre assim foi: estar na vanguarda da prática desportiva em Portugal e almejar sempre a glória em todas as suas vertentes.
Pequena galeria com 16 páginas:
ACÁCIO ROSA
Deixámos, nas primeiras publicações deste blogue, patente a importância que Acácio Rosa teve não só no desenvolvimento das modalidades do clube, mas também, e sobretudo, no estudo da história do Belenenses. Tendo em conta que a publicação de hoje é referente ao Relatório das Comissões Técnicas, parece indicado partilhar em conjunto um breve texto de Acácio Rosa, datado de Agosto-Setembro de 1944, pela altura das bodas de prata - 25 anos do clube. Sendo um texto curto, também não nos alargaremos mais nesta nossa introdução. Mas não terminamos sem antes destacar uma passagem particularmente representativa da visão ambiciosa que se tinha - que devemos sempre ter e nunca a esquecer - sobre as nossas modalidades: “duas centenas de atletas, uma centena de medalhas, dez secções, tudo já nos parece bem pouco, se tanto ambicionamos.”
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