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CAMPEONATO DE LISBOA 1925/26 - PARTE II

Atualizado: 12 de jun. de 2020

Importa sublinhar o percurso do Belenenses nas anteriores edições do Campeonato de Lisboa, num sublinhado breve pois resume-se muito sucintamente a uma sina bem nossa conhecida.

Diz-nos Acácio Rosa na sua obra maior “Factos, nomes e números da história do Clube de Futebol «Os Belenenses»” (volume 23/9/1919 – 23/9/1960) que a conquista da prova sempre esteve próxima desde a fundação do clube, mas o “almejado título fugiu-lhe sempre”.

À entrada para esta época, o Belenenses vinha de três anos consecutivos em 2º lugar, com a curiosidade de em 1923/24 ter ficado em igualdade pontual com Sporting e Benfica. Seria uma questão de tempo até que os "Rapazes da Praia" cimentassem o seu estatuto com um título digno da sua já indesmentível importância.


Uma das particularidades desta época foi o facto de o Belenenses ter realizado os jogos caseiros no campo do Stadium, cujo aluguer se traduziu num esforço orçamental acrescido, como se pode verificar pelas palavras de Acácio Rosa na pág. 105 do livro "Factos, nomes e números da história do Clube de Futebol «Os Belenenses» - 23 de setembro 1919 a 23 de setembro de 1960":

"Note-se que não possuindo o Clube de Belém campo próprio, a direção teve de sobrecarregar o seu orçamento com o aluguer do campo do Stadium". O campo definitivo do Belenenses só viria a surgir em 1928, nas Salésias.

Foi então em casa emprestada que o Belenenses jogou a época 1925/26, na qual teve uma 1ª volta imbatível: fora os empates com Benfica (1-1) e Sporting (0-0), os azuis venceram categoricamente todas as partidas, com destaque para a fabulosa goleada por 7-2 frente ao União de Lisboa. Parecia que o título estaria bem encaminhado…


A 2ª volta, contudo, inicia-se de forma atribulada. Logo na primeira jornada, o Belenenses é goleado em casa pelo Vitória FC por uns escandalosos 2-5, um resultado que precipitou revolta nas bancadas e tentativas de agressão ao árbitro da partida. João Luís de Moura, presidente dos azuis, logo colocou os “pontos nos ii”, como nos conta Acácio Rosa, que transcreveu as declarações do dirigente belenense:

Repilo indignamente, como toda a direção e a massa geral dos sócios do nosso clube, qualquer espécie de solidariedade com semelhantes atitudes. Se quem as teve é sócio do clube é indigno de o ser! O Belenenses, pelo meio onde se recruta uma grande parte dos seus elementos, quer ser um clube de gente modesta, sim, mas digna, incapaz de praticar atos que mereçam a mais formal reprovação.” in “Factos, nomes e números da história do Clube de Futebol «Os Belenenses»” (volume 23/9/1919 – 23/9/1960).

Sem dúvida, um “compêndio de disciplina desportiva e amor ao clube”, como bem resumiu Acácio Rosa.

O Presidente João Luís de Moura ademais disse que aos rapazes do clube não falta “entusiasmo, disciplina e espírito de sacrifício e amor pelo clube e pelo futebol”, garantindo aos sócios que a esta derrota se seguiriam vitórias que “nos hão-de fazer esquecer revezes…” Parece que estava a adivinhar o episódio que aconteceria um par de jornadas depois.


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